Grandes empresas de tecnologia da informação como Google, IBM e Microsoft são hoje responsáveis por 2% das emissões globais de gás carbônico, com potencial de se tornarem ainda mais vilãs. Agora, duas boas notícias: Não só as mesmas empresas podem prover soluções que mudam este cenário, como estão, graças à nossa pressão, dispostas a fazê-lo. É o que comprova a terceira edição do Relatório Cool IT – Guia de TI Verde.
Se aplicadas de forma inteligente, novas tecnologias podem gerar cortes de até 15% de emissão de carbono em setores como indústria, construção e transporte até 2020. Sistemas de distribuição e armazenamento de energia mais eficientes, casas e prédios sustentáveis, softwares inovadores de transmissão de dados e ferramentas que poupem tempo e dinheiro, como vídeo-conferência e plataformas de navegação em nuvem são alguns dos exemplos de como TI, ou Tecnologia da Informação, pode caminhar em favor do meio ambiente.
Para que isso aconteça, no entanto, é preciso pressionar os gigantes. Na contramão deste imenso potencial, a pegada de carbono das empresas de TI só faz crescer, grande parte das oportunidades permanece inutilizada e poucos são os estudos que mostram como este cenário será modificado. De olho no problema, o Greenpeace reúne pela terceira vez as mais importantes e influentes empresas do ramo – Cisco, Dell, Ericsson, Fujitsu, Google, HP, IBM, Intel, Microsoft, Nokia, Panasonic, Sap, Sharp, Sony e Toshiba – na terceira edição do relatório Guia de TI Verde.
Entram em jogo três principais critérios de avaliação: esforços em desenvolver e oferecer soluções tecnológicas que contribuam para a redução de emissão no mundo, com objetivos mensuráveis e ambiciosos, iniciativas internas de diminuir a própria pegada de carbono e uso de renováveis dentro de fora de casa e engajamento político frente a outras marcas e ao círculo científico, o popular lobby. Em cada critério, somam-se pontos, em um total de 100. No quadro ao lado, confira a nota alcançada por cada empresa em cada um dos critérios.
Quem fez bonito, quem ficou atrás
A Cisco liderou o ranking, ficando acima da média – 62 pontos, quase dez a mais que o segundo lugar, a Ericsson. A empresa ofereceu boa gama de soluções de redução de energia em áreas como arquitetura e telecomunicação e trouxe novidades no setor das chamadas Smart Grids – redes inteligentes de distribuição de energia. Já sua concorrente, a IBM, não passou dos 42. Apesar de liderar reduções de suas próprias emissões, a empresa não esclarece como suas futuras ambições em direção ao segmento de computação nas nuvens poderá se harmonizar com menores gastos energéticos.
A Ericsson fez bonito com um estudo que mede o impacto de soluções energéticas para o corte de emissões de carbono. O Google foi a empresa que demonstrou maior potencial em modificar posturas, liderando um movimento político junto a outras marcas rumo a um futuro mais limpo.
A gigante do mercado, no entanto, não apresentou metas de redução de energia e peca por falta de transparência, ao não revelar os seus percentuais de emissão. A Microsoft, maior empresa de software do mundo, decepcionou. Apenas recentemente começou a demonstrar interesse em diminuir sua pegada de carbono e, apesar de ser uma das empresas de mais influência política no mundo, não reserva espaço na agenda para falar de soluções ambientais.
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